Acordei com o som cadenciado
da chuva no vidro da janela.
Languidamente saí da cama e puxei a
persiana. Constatei um dia de inferno forte.
O vento assobiava e partia os galhos mais frágeis
das árvores.
Este tempo evocou em mim memórias passadas, o tempo da minha infãncia.
Meus avós, que há muito partiram, parecem reviver nestas lembranças.
Como chovia...saía da escola de mala às costas e dirigia-me com alegria a casa de meus avós maternos. Despia o casaco, almoçava e sentava-me à lareira onde ardiam fortes toros de madeira.
Minha doce avó contava-me histórias de reis e raínhas, fadas e duendes...
eu, no meu entusiasmo infantil revia-me nas personagens; era princesa por um dia.
O rumor do vento contribuía para personificar a voz do lobo...!
Meu avô ouvia ( saudades ) , enquanto assava toussinho para comer com um naco de pão.
A chama do fogo elevava-se lançando faúlhas, e a chuva tombava a potes...como nesta manhã de pleno novembro, onde já não existem histórias de encantar!
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