felicidade

« Um dia vou ser feliz»...

dizemos nós e almejamos esse dia

como por magia.

Vivemos numa sociedade conturbada

numa correria louca pela perfeiçao...

temos de ter mais e ser melhor que os outros,

mas à noite no silêncio que nos tirita na mente

a insónia faz-se presente...passamos por um sono agitado

num mar de esperança que murmura que um dia seremos felizes!

( conto de fadas personificado em nosso viver ?)

Acordamos cansados e mais um dia corremos em busca de ter

em busca do sucesso; um ciclo que se repete constantemente, pesadamente...

depois da chuva o arco-íris colore o céu

não reparamos...nossos olhos não se elevam ao céu.

Esquecemos de valorizar realmente o sorriso de nossos filhos

de escutá-los sob as estrelas . Não temos tempo...mas eles estão bem!

O melhor colégio, aulas de dança...

o tempo corre...« um dia serei feliz »

E se não houver amanhã?

Dissemos a nossos filhos o quanto os amamos?

brincámos com eles na relva fresca? rimos de tudo e de nada?

ser feliz...contemplamos o sol, o mar, a chuva que fustiga a árvore numa tarde de outono?

à noite vemos o luar que passeia no jardim?

sentimos o perfume doce do jasmim?

Não temos tempo!

viver hoje aqui e agora, neste tempo e neste espaço

e estabelecer prioridades é urgente à almejada felicidade!

É nas pequenas coisas do dia a dia que se encontra a felicidade

se nos dispusermos a parar agarramos esses momentos com fervor e amor.

sorrir a quem está a nosso lado e a quem se cruza no nosso caminho

um sorriso não dói...

abraçar, acolher...ser!

Poderá não haver amanhã...

vamos viver hoje as pequenas gotinhas de felicidade..

sentir a flor que desabrocha

andar na chuva sem medo de caír no ridículo

visitar quem sentimos saudade!

Que as nossas victórias mais significativas

tenham por objectivo sorrirmos...sermos felizes!

Vamos acolher cada gotinha de felicidade hoje, numa conversa descontraída

com quem amamos nesta vida...

hoje acontece ser feliz!

Vamos acreditar que por mais escura que seja a noite de nossa vida

é agora que vivemos e existem estrelinhas a piscar para nós...

apaixonadamente, loucamente...viva!

« Um dia serei feliz »...conto de fadas que leremos a nossos filhos

enquanto sorrimos e nos seus olhares vivem brilhos!

Anseio ser oásis no teu deserto
ser brilho no teu olhar
ser teu sol ao acordar.
Quero ser água refrescante que sacia tua sede
o silêncio doce quando repousas
ser o canto da ave
ser pétala perfumada no teu jardim
quero ser tudo, enfim!

(ser princípio e fim...)

Ser balsamo na tua ferida
anjo na guarida
a primavera num teu inverno de vida
quero ser a certeza na tua incerteza
o vento suave que beija teu rosto
ser pingo de chuva que desagua em teus lábios...
Ser seiva de vida em tua tristeza
ser lencol que te cobre na noite
o luar que te vem beijar
anseio ser tudo em ti
SER Teu princípio e fim!!!

Na quietude da manhã
contemplo o mar e o infinito,
barcos na linha do horizonte,
gaivotas esvoaçando...
brisa salgada
fico revigorada!

Aqui sentada na areia húmida
reflicto sobre a existençia...o sentido desta vida.
As ondas em cadencia suave desfazem-se em branca espuma a meus pés...
fecho os olhos...escuto o silêncio murmurante do mar...
parece flutuar ...
SIM...a vida tem um propósito
um sentido precioso: VIVER
amar, acreditar, auxiliar...
O sentido para a vida é simplesmente viver cada momento
com amor!
Amor pelo próximo
amor pele natureza que grita beleza!
OS raios de sol incidem no mar
abro meus olhos
e caminho para a água...

ergo o rosto aos céus e agradeço a lição: a vida é uma benção que não devemos desperdiçar...
Viver, amar cada pedaço de vida
fazer o bem
sem olhar a quem
não julgar ninguem...

As gaivotas não param de gritar
ao ritmo do mar.
O rei sol beija minha face
mergulho e sacudo meus cabelos molhados...
grito com as gaivotas: VIVA A VIDA !
Obrigada criador
semeador do amor...

A menina

A menina estava no parque com sua mãe.
Os traços de seu rosto revelam que embora o aspecto físico fosse o de uma jovem, sua mente seria sempre de uma criança.
Eu estava com meus sobrinhos que corriam, saltavam e peneiravam areia com seus dedinhos bem coordenados.
Brincavam alegremente e nem notaram que o vento mudara.
Mas a menina notou!
As fortes rajadas de vento revolviam as imensas folhas de outono que esvoaçavam.
Peguei nos meus sobrinhos pela mão...chegara a hora de regresssar a casa.
Dei uns passos e tive de parar.
Fascinada olhei a dança da menina com síndorome de down.
ela colhia as folhas do chão e com um sorriso atirava-as para cima da cabeça, como se fosse chuva cintilante de outono.
Ela girava, pulava e cantava!!!
Sua voz vinha do coração.
Um cântico especial de louvor àquele que fez desprender com sua respiração, as folhas das árvores.
Fiquei fascinada e envergonhada...sou tímida demais para louvar publicamente o meu criador!